Por: Mauro Iasi é Professor da UFRJ e membro do Comitê Central do PCB (Partido Comunista Brasileiro)
As pessoas comerão três vezes ao dia
E passearão de mãos dadas ao entardecer
A vida será livre e não a concorrência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
Certas pessoas perderão seus cargos e empregos
O trabalho deixará de ser um meio de vida
As pessoas poderão fazer coisas de maior pertinência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
O mundo não terá fronteiras
Nem estados, nem militares para proteger estados
Nem estados para proteger militares prepotências
Quando os trabalhadores perderem a paciência
A pele será carícia e o corpo delícia
E os namorados farão amor não mercantil
Enquanto é a fome que vai virar indecência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
Não terá governo nem direito sem justiça
Nem juizes, nem doutores em sapiência
Nem padres, nem excelências
Uma fruta será fruta, sem valor e sem troca
Sem que o humano se oculte na aparência
A necessidade e o desejo serão o termo de equivalência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
Depois de dez anos sem uso, por pura obscelescência
A filósofa-faxineira passando pelo palácio dirá:
"declaro vaga a presidência"!
O real será só real e expandido! "será"?!
E se ele já for?!
Passado x Futuro
Matéria x Energia
Espaço x Tempo
Faz sentido...
(?)
Não, esse limite a vida não abriga!
Não é Natural.
Sonho.
Trabalho.
Cotidiano.
A arte tampouco é natural, representativa, pois ela abr(e)iga fissuras do aqui agora,
onde encontro o infinito de possibilidades.
O controle das finanças não seria possível sem o controle do espírito.
Tampouco o controle da ECOnomia(produção da vida).
A luta-disputa-resistência realmente se dá em diferentes frentes? Existe uma hierarquia de prioridade?
Existe NECESSIDADE de quê?
Percebo...
A essência do materialismo é o real e seu movimento.
O que me move? A utopia, o futuro...
ou as possibilidades do presente?
Quando os trabalhadores percebem a fábula
A cosmonauta-faxineira passa pelo palácio babilônico e diz:
"Onde está a CHAVE DE LUZ?"
...
Zé.
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