quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ba.bi.lô.nia por Rodrigo Motta

A Babilônia do Populacho possui em seu núcleo ampla força expressiva, gestual e textual, que agrega a vontade humana dos envolvidos em falar sobre nosso presente. Através de uma linguagem atual, as cenas transparecem e ampliam a realidade do espectador, nos caminhos transitórios, nas luzes piscantes, nas roupas, na pele, na voz. Tudo isso leva o publico a estar presente junto com A Faxineira, por onde ela vive, em suas cogitações e em seu sofrimento com a verdade/realidade.
De um escritório frio agonizante a um chá sambista com odalisca na comunidade, os atores se adaptam a diversos personagens e elevam variadas sensações, questionando sempre a postura passiva da sociedade, que vive na babilônia cômoda adaptada compactada rotineira da subvida.
Frustrações, gemidos, portas batendo, medo, cansaço. Um vislumbre social, visceral, que não percebemos na superfície fácil de aceitar do ser humano. A personagem principal sofre como uma intelectual prestes a se suicidar. A personagem principal é uma faxineira.
Um soco na barriga para aqueles que querem se ver através de seu entretenimento de sábado. O entretenimento da peça termina quando ela começa. Você esta ali para sentir e pensar.

Rodrigo Motta

Nenhum comentário:

Postar um comentário